domingo, 30 de junho de 2013

Os universos de Ginger e Rosa

Com a onda de protestos no Brasil, é quase impossível não pensar em revolução e nas mudanças que a civilização pode gerar colocando pautas políticas em prática. O desejo de trazer tais mudanças, no entanto, não é nenhuma novidade. Não é novidade atualmente e nem, provavelmente, em um passado onde impor-se diante de um grupo era sinônimo de correr riscos. É o que Sally Potter, diretora, roteirista e compositora britânica ilustra em Ginger & Rosa (2012).



Ginger e Rosa são adolescentes que vivem, constantemente, à procura de uma vida melhor do que a de suas mães, domésticas e devotas de seus maridos. Em período de Guerra Fria, além de lidarem com dramas familiares e questionamentos pessoais, elas tomam a decisão de fazer algo a respeito da Crise dos Mísseis de Cuba, que pode acabar com toda a humanidade e espécie humana. É na busca pela conscientização mundial, que as inseparáveis amigas enfrentam um contraste de interesses: Rosa apoia o seu medo de um possível apocalipse na religião e na procura de um amor eterno (que, ao decorrer do filme, é revelado como o pai da própria Ginger). Ginger tenta unir forças para participar de uma revolução, mas os frequentes problemas familiares e a pressão para tornar-se uma mulher madura, fazem com que a bomba pela qual tanto se preocupe em explodir esteja dentro de si mesma.

Ginger & Rosa é um filme que mescla o drama de um indivíduo dentro e o de uma sociedade em ponto de ebulição. Além de apresentar o contexto histórico de uma Inglaterra pavorosa, Sally Potter faz questão de enfatizar o dilema pelo qual a maioria dos jovens britânicos enfrentava na década de 60: qual ideologia (e de qual parte do mundo?) eu devo seguir? Pelas vias de quais comportamentos eu devo seguir? A religião basta? São questionamentos, aparentemente, básicos que os próprios personagens fazem ao enrolar do filme e que, em momento algum, são respondidos. Se a intenção de Sally era deixar um “quê” na cabeça de cada espectador, fazendo com que ele reflita sobre o desfecho, ela atingiu o objetivo.


Com a incrível atuação de Elle Fanning, Alice Englert, Christina Hendricks e Alessandro Nivola. Ginger & Rosa foi indicado a Melhor Filme no Festival de Cinema de Londres no ano de 2012, com direção de Sally Potter. Destaque especial para a fotografia de Robbie Ryan. 



por Isabela Bandeira

1 comentários:

Unknown disse...

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